abastecimento de água

Corsan intensifica fiscalização contra 3 mil ligações clandestinas de água em Santa Maria

Deni Zolin


Foto: Pedro Piegas (Diário)

O novo contrato entre Santa Maria e Corsan para os serviços de água e esgoto prevê exigências à companhia, e uma delas inclui três ações para aumentar a eficiência do serviço. A Corsan foi obrigada a contratar um consórcio de empresas que vai aumentar a fiscalização de 3 mil ligações clandestinas de água, além da troca de redes antigas (leia mais abaixo) para evitar desperdícios.

Na metade de abril, funcionários de uma empresa terceirizada começaram a percorrer as ruas para conferir onde há ligações irregulares e trocar hidrômetros antigos. Segundo a gestora da unidade de saneamento especial da Corsan em Santa Maria, Andréia de Moraes Zanini, há 3 mil clientes que tiveram a água cortada por falta de pagamento, mas que estão irregulares porque religaram a rede por conta própria e não estão pagando. Ela diz que a companhia sempre teve como prioridade fazer obras de melhorias na redes e que esse tipo de fiscalização para cortar a água de quem está irregular era feito com menor intensidade. Mas com esse novo contrato com o município, o trabalho será intensificado. Por isso, a tendência é que, a partir de agora, essas pessoas não fiquem vários meses consumindo água sem pagar, como vinha ocorrendo.

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- Não queremos que as pessoas sigam sem abastecimento. É o contrário. Incentivamos que elas procurem a Corsan para renegociar dívidas, que podem ser parceladas em vários meses, de acordo com as condições de pagamento da pessoa - diz Andréia.

Ela lembra que, para renegociar os débitos, os moradores devem ir aos escritórios da Corsan na Rua Coronel Niederauer ou em Camobi. De preferência, é preciso ir o titular da conta. Quando for inquilino, deve levar documento comprovando que ocupa o imóvel.

Essa mesma equipe terceirizada que fiscaliza as ligações clandestinas também está trocando hidrômetros antigos por novos (foto) para garantir melhor confiabilidade da medição.

A Corsan já tem macromedidores instalados em algumas regiões da cidade, mas serão colocados mais a partir desse novo contrato. Dessa forma, comparando o volume de água enviado para cada região e o volume medido e consumido nas residências, será possível identificar em que locais da cidade há mais desperdícios, seja por furto de água ou por vazamentos. Com isso, serão feitas ações nessas regiões com maiores perdas.

104 ÁREAS IRREGULARES
A prefeitura tem 104 áreas de ocupação mapeadas e existe uma estimativa de que totalizem 14 mil moradias. Mas não se sabe quantas delas usam a rede da Corsan de forma clandestina. Nesses casos, a companhia não sairá cortando a água de forma imediata, até porque há casos em que decisões judiciais amparam os moradores e garantem as ligações. Segundo Andréia, à medida que essas áreas forem sendo regularizadas pelo município, a Corsan passará a instalar hidrômetros para iniciar a cobrança. Mas não há prazo para isso ocorrer.

Em 2018, até ocorreu o corte de água em uma ocupação perto da estação de tratamento de água da Vila Vitória. Isso foi necessário porque os demais moradores da vila, que tinham ligações regulares e pagavam a conta, começaram a sofrer com falta de água ou de pressão devido ao excesso de consumo da ligação clandestina.

REDE NOVA PARA EVITAR DESPERDÍCIO
O contrato da Corsan com esse consórcio terceirizado prevê que, em julho, comecem as obras de substituição de 14 km de rede de água em Santa Maria. Será dada prioridade a locais onde há mais rompimentos e vazamentos porque a rede é antiga. Com isso, deve reduzir o desperdício de água e os gastos com constantes obras de reparos.

Ainda segundo a gestora da Corsan Andréia Zanini, a companhia recebeu a listagem das ruas em que a prefeitura fará a recuperação asfáltica. Dessa forma, poderá planejar para que, antes de colocar novo asfalto, a Corsan já troque as redes de água.

Além disso, em locais em que o pavimento está em boas condições, será usado o método não destrutivo, em que os canos são trocados embaixo da terra sem necessidade de abrir buracos por toda a extensão da rua.

- É como se fosse um parafuso que vai por baixo da terra para trocar a tubulação. Ou dá para fazer pela calçada, sem a necessidade de abrir a rua, como já fizemos em alguns locais da cidade - diz Andréia.

PARA REDUZIR FALTA D'ÁGUA
A procuradora do município, que está responsável por parte da prefeitura pela fiscalização do contrato com a Corsan, Rossana Boeira, destaca a importância de terem sido incluídos artigos exigindo o controle e análise de perdas por parte da estatal. 

- A perda de água potável é muita cara para o munícipe, para o município, para a companhia e para o Planeta, pois é água potável que já foi tratada, que teve um custo, e que acaba sendo desperdiçada na rede. Além disso, esse desperdício (seja por vazamento ou por furto) faz com que a cidade tenha vários problemas de abastecimento, pois é disponibilizada uma quantidade de água para determinada região, mas devido às ligações clandestinas, acaba gerando falta de pressão ou falta de água, que é um problema sério - explica Rossana, afirmando que as ações previstas tendem a reduzir problemas desse tipo na cidade.


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